quinta-feira, 31 de maio de 2007

Porta da Traição

Quero encontrar-me com vocês
no desregrado convívio,
na balbúrdia dos cafés.
Nos altos bancos dos bares,
nos transportes colectivos,
nos recintos populares.
Nos corredores dos cinemas,
nos inóspitos lugares
onde se mascam problemas.
Juventude, juventude!
Fogo de santelmo vivo
num mastaréu de virtude.
Braços meus, cálices brancos,
aguardam corolas rubras
no declive dos barrancos.
Vinde, vinde, ó flor mimosa,
ó cavaleiro Galaaz,
que em dentes cerrados traz
a promessa de uma rosa.
Vinde, ó fugaz claridade,
antes que a Vida vos tome
e transforme a vossa fome
em "coisas da mocidade".

de António Gedeão, Obra Poética, Edições João Sá da Costa, 2001

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá Ana

não tenho comentado embora vá andando por aqui e pelos outros, menos tempo agora para deambulações.
Beijinho e obrigada por este poema para "acordar".

Mr. Nobody disse...

Ola
Cheguei aqui sem querer, e gostei do que li!
Tens bom gosto!
Parab�ns
Nobodyy